Uma bibliografia introdutória
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Uma bibliografia introdutória

Sugestões de livros para quem quer saber mais sobre o Decrescimento
Uma bibliografia introdutória

Começamos por sugerir um dos livros mais abrangentes sobre o tema e que foi publicado originalmente em língua inglesa em 2015, Degrowth: a vocabulary for a new era, mas que dispõe já de traduções em diferentes idiomas (incluindo a edição brasileira que, entre outras, pode ser descarregada em formato PDF). Trata-se de uma obra escrita a múltiplas vozes (inclui 52 entradas escritas por outros tantos autores), usando o formato de um dicionário, e que transmite uma perspectiva plural e diversa sobre o decrescimento. As edições em cada língua incluem capítulos introdutórios específicos que fazem uma contextualização do tema para o respectivo território. Existe uma versão em português que resulta da edição brasileira de 2016 (Decrescimento: vocabulário para um novo mundo).
Excerto da ‘Apresentação’ por Felipe Milanez (edição brasileira):
«O poder de síntese de cada uma das 52 entradas deste vocabulário, associado à excelente qualidade de cada uma delas, é uma das grandes forças desta publicação, um mérito compartilhado de trabalho e dedicação dos organizadores, Giacomo D’Alisa, Federico Demaria e Giorgos Kallis. Eles souberam ser precisos e sintéticos, sem serem superficiais ou generalistas. Em sua amplitude multidisciplinar, a ideia do decrescimento pode alimentar discussões e debates em campos variados, sob diversas perspectivas, além de tradições do pensamento econômico e dos muros da academia. Decrescimento discute a possibilidade de outras formas de vida e a imaginação de alternativas a partir de um problema econômico. (…) A discussão proposta pelo livro é construtiva, deve ser alimentada e tem por fundamento, sempre, a transformação da realidade (…) com a justiça social e a sustentabilidade ecológica como horizonte».
Excerto do ‘Prefácio’ pelos editores (edição brasileira):
«O decrescimento tem várias interpretações. Pessoas diferentes chegam a ele a partir de ângulos diferentes. Algumas, porque vêem que o crescimento tem limites; outras porque acreditam que estamos entrando em um período de estagnação econômica e devemos encontrar maneiras de manter a prosperidade sem crescimento. Outras, ainda, por acreditar que só uma sociedade que se liberte do capitalismo e sua busca insaciável de expansão, que aprenda a se limitar coletivamente e a trabalhar sem o cálculo da utilidade autointeressada pode ser verdadeiramente igualitária. Outras, simplesmente porque a palavra “decrescimento” se parece muito com a forma como elas escolhem viver. (…) O decrescimento é um marco onde se encontram diferentes linhas de pensamento, imaginários ou rumos de ação. Consideramos essa versatilidade como um ponto forte, e é por isso que decidimos representar o decrescimento na forma (próxima à) de um dicionário. O vocabulário do decrescimento é uma rede de ideias e conversas fortemente enraizada nas tradições radicais e críticas, mas aberta e passível de múltiplas conexões».

Destacamos a tradução para português da carta-petição dirigida ao presidente do Parlamento Europeu e lançada em Setembro de 2018 por mais de 200 académicos de proveniências diversas, apelando à adopção de um pacto de sustentabilidade e bem-estar (como alternativa ao Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE), em antecipação da conferência sobre ‘pós-crescimento’ que ali decorreu nos dias 18 e 19 desse mês. Nem a imprensa nacional nem a internacional deram cobertura ao evento ou à petição (exceptuando as publicações que podem ser consultadas a partir da ligação anterior). Por cá, apenas temos conhecimento deste post no blogue ‘Areia dos Dias’ do ‘Grupo Ecologia e Sociedade’. Aproveitando a aproximação da data das eleições europeias de 2019 e no dia da cimeira de líderes europeus (9 de Maio, Dia da Europa), os proponentes daquela carta publicaram uma versão actualizada, subscrita por muitos dos signatários da carta original (versão portuguesa).

Em Portugal foram editados alguns livros sobre o decrescimento, dos quais destacamos as traduções portuguesas de obras de Serge Latouche e de Nicholas Georgescu-Roegen:
Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno", S. Latouche, Edições 70, 2011 (‘Petit traité de la décroissance sereine’, 2007)
O desafio do Decrescimento", S. Latouche, Edições Piaget, 2012
O Decrescimento", N. Georgescu-Roegen, Edições Piaget, 2012
Destacamos ainda duas outras obras, disponíveis em língua portuguesa, de autores que promovem o decrescimento (Carlos Taibo) ou que serviram de inspiração aos decrescentistas (Ivan Illich):
Decrescimento, crise e capitalismo”, C. Taibo, Estaleiro Editora, 2010.
Para uma história das necessidades", I. Illich, Edições Sempre-em-Pé, 2018

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